Nunca foi fácil liderar operações, mas a tarefa tem se tornado cada vez mais complexa e árdua.
Entendo que em grande medida, parte deste sucesso e insucesso está em nós mesmos, em como encaramos os desafios, as ações que tomamos para superá-los e como nos vemos no meio deste furacão.
Apesar de todas as ferramentas de gestão disponíveis atualmente, os gestores devem refletir bastante sobre quais competências são necessárias para que suas empresas e carreiras tenham sucesso.
Não tenho dúvidas de que um profissional, quando chega no topo do seu departamento ou de sua organização, já conta com diversas competências e possui habilidades para utilizá-las de forma inteligente. Contudo, os desafios atuais exigem que os gestores tenham mais e mais competências desenvolvidas, demandando que suas ações e decisões sejam fortemente embasadas em uma gama maior de dados, fatos e do contexto em que se encontra.
É nesse ponto que podemos observar o diferencial de um gestor para outro e quão mais adequadas são as decisões dos que detém maior amplitude de competências.
No conjunto de competências necessárias a um gestor, sempre podemos identificar as que precisam ser amadurecidas, desenvolvidas e incorporadas, para que o mesmo tenha capacidade de gerir o dia a dia da empresa com o objetivo de promover a melhoria continua e, consequentemente, o crescimento de sua organização.
Para definir competência e habilidade, utilizei a descrição que aparece em alguns dicionários, tendo assim uma precisão maior na forma de abordar.
Competência é um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que são diferenciais de cada pessoa e têm impacto em seu desempenho e, consequentemente, nos resultados atingidos. Portanto, competências são um conjunto de qualificações que permite à pessoa um desempenho superior em um trabalho ou situação. Classifico as competências em três dimensões:
Competências Natas são aquelas que, ao longo da vida, afloram naturalmente durante o exercício das atividades;
Competências Desenvolvidas são aquelas que necessitam da interferência de terceiros para aprimorá-las.
Competências Incorporadas considero aquelas que o indivíduo por mais que busque se aprimorar, acaba não desenvolvendo de forma plena. Assim supre esta sua lacuna trazendo outro profissional que as tenha para o time.
O gestor deve ter clareza das competências necessárias para gerir sua empresa, identificar quais ainda não estão embarcadas em sua equipe, desenvolvê-las em seu time, incorporá-las quando for o caso e aplicá-las de forma sábia.
A gama de decisões de grande impacto que um gestor de uma divisão ou da organização toma diariamente é enorme. Assim, a competência e habilidade ou a falta delas influencia definitivamente no desempenho da organização.
A construção de uma estrutura de gestão passa por diversas fases e, em cada uma delas, não se pode perder o foco no objetivo para que o planejamento seja bem realizado. Mapear as competências necessárias é um dos passos mais importantes para este planejamento.
É nesse momento que grandes profissionais apresentam suas competências, que os diferenciam dos demais no mercado. Estes profissionais sempre estão abertos a conhecer novas visões, novos conceitos, identificar e filtrar ideias que se aplicam a suas necessidades e incorporá-las a seu time.
Acredito que, por trás de tudo isso, existe uma grande virtude que é a base do grande líder, capaz de eliminar barreiras e assim tomar ações e decisões que o levem a ter uma equipe forte com alto padrão de desempenho e que se mantenha em contínua evolução.
Esta virtude lhe permite identificar competências que ainda não possui, reconhecer e valorizar a competência dos demais e fomentar um ambiente colaborativo e dinâmico em torno de um objetivo comum.
O processo de aprendizado constante, na busca por novas soluções, amplia o horizonte de possibilidades, proporcionando condições para tomada de decisões cada vez mais acertadas.
Gestores que possuem a virtude da humildade estão sempre a frente dos demais, pois conseguem pautar suas decisões olhando as oportunidades e possibilidades e não se limitando por restrições oriundas da escassez de recursos.
Quando abordamos profissionais de diversas organizações e questionamos sobre como está o dia a dia, em geral o que escutamos são reclamações sobre a falta de recurso. São poucos os casos em que o gestor conta com abundância.
A questão é que estes líderes estão expressando a realidade dos fatos. Falta de recursos financeiros, equipes com limitação de competências e orçamento insuficiente para os projetos em andamento são a normalidade do dia a dia das empresas.
A forma como encaramos essa situação pode ser vista por um ângulo diferente, contudo é necessário ter humildade para reconhecer suas limitações, valorizar as competências dos demais e desenvolver um ambiente que propicie o surgimento de oportunidades que possam ajudar a superar estas dificuldades.
De uma forma simples, posso dizer que muitas vezes a solução para a escassez está em nós mesmos. Devemos sempre reconhecer nossas fraquezas buscando supri-las e utilizar de forma intensa nossas fortalezas para potencializar resultados almejados. Isso pode levar tempo para se completar, mas não tenho dúvidas que o resultado positivo virá.
Aloísio M. Andrade